Belém recebe Fórum da ABHH para discutir acesso e equidade no diagnóstico e tratamento do câncer no sangue

O público-alvo do evento são médicos hematologistas, demais profissionais de saúde, estudantes de...
  • Evento gratuito é aberto a médicos hematologistas, demais profissionais de saúde, estudantes de Medicina, residentes, pacientes e representantes do governo, de hospitais e de associações de pacientes;
  • Encontro acontece logo após a sanção da Política Nacional de Controle do Câncer, publicada em dezembro de 2023
  • O Coordenador-Geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, o médico sanitarista Fernando Maia, é presença confirmada na programação

Dados da “Estimativa 2023: Incidência de Câncer no Brasil”, do Instituto Nacional do Câncer (INCA), indicam que entre 2023 e 2025, são esperados 341.350 novos casos de câncer no Brasil, destes, 12.120 serão na região Norte. Entre os cânceres do sangue, são estimados 440 novos casos de Leucemia, 210 de Linfomas não-Hodgkin e 80 de Linfomas.

Com o objetivo de garantir que todos os pacientes, independentemente de sua localização e características particulares, tenham acesso equitativo ao diagnóstico e tratamento do câncer hematológico, o Fórum de Acesso e Equidade, promovido pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), realiza um encontro regional da região Norte, em Belém, neste sábado (23).

Para o Dr. Renato Cunha, hematologista e coordenador do Comitê Equidade ABHH, o Fórum em Belém é uma oportunidade de seguir capilarizando mensagens-chave sobre acesso e reconhecendo as diferentes realidades do território brasileiro. “Essa reunião de especialistas, especificamente, acontece no momento em que a Política Nacional de Controle do Câncer [sancionada pela Presidência da República em dezembro passado, com prazo de 180 dias para entrar em vigor]. Ou seja, é uma oportunidade de também discutirmos os impactos e mecanismos dela, uma vez que agora passará por uma série de normativas e, a participação da sociedade civil e de especialistas nesta construção é o que pode garantir sua efetividade”, destaca.

Outros temas da programação são acesso e incorporação de novas tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS); a Experiência da região Sul na implementação da Lei dos 30 e 60 que orientam, respectivamente, sobre o acesso ao diagnóstico e ao tratamento do câncer no serviço público de saúde; e a Participação social no debate e na tomada de decisões.

Um dos organizadores do evento, o hematologista Thiago Xavier Carneiro, da Universidade do Estado do Pará (UEPA) e do Hospital Ophir Loyola (HOL) e membro do Comitê Equidade ABHH, afirma que embora tenha acontecido um significativo avanço na atenção ao câncer no sangue no Brasil e na região Norte, muitos pacientes ainda encontram dificuldades para receber o cuidado necessário. “Precisamos debater estratégias que garantam o acesso universal ao tratamento multidisciplinar, concentrando esforços para atender especialmente aqueles que mais necessitam de cuidados, visando a equidade no serviço público de saúde”.

Para médicos hematologistas, estudantes de Medicina e residentes também haverá a atualização de temas científicos, como Leucemias Agudas; Linfomas; Leucemias Crônicas; Mieloma Múltiplo; e Transplante de Medula Óssea. “Convidamos alguns dos maiores especialistas nesses temas e em breve divulgaremos a programação com os convidados”, comenta Maiolino.

Comitê de Equidade – Criada em 2019 pela ABHH, a iniciativa tem como objetivo fornecer, por meio de Fóruns regionais e nacionais, a capacitação de médicos gerais e hematologistas na abordagem inicial de pacientes diagnosticados com Leucemias, Linfomas e Mieloma. Além disso, busca conscientizar os profissionais envolvidos na jornada do paciente onco-hematológico sobre a importância de uma abordagem precoce e ágil e criar propostas para uma abordagem que facilite o acesso a meios diagnósticos e terapêuticos.

“Esperamos que o Fórum da região Norte seja um espaço enriquecedor de troca de conhecimentos e experiências, contribuindo para a construção de estratégias eficazes que promovam o acesso equitativo ao tratamento do câncer hematológico. Nesse sentido, a participação ativa da imprensa é fundamental para disseminar informações sobre a importância desse debate para a Saúde Pública e o bem-estar da população”, conclui Carneiro.

O público-alvo do evento são médicos hematologistas, demais profissionais de saúde, estudantes de Medicina, residentes, pacientes e representantes do governo, de hospitais e de associações de pacientes. O evento é presencial e também será transmitido na íntegra pelo YouTube da ABHH: https://youtube.com/@abhh.oficial

Vale destacar que, desde que foi inaugurado, o Comitê Equidade ABHH tem viajado  a muitas localidades do Brasil para conhecer as distintas realidades, no que tange acesso e saúde. No roteiro já estiveram Manaus (AM), Recife (PE), Natal (RN). Após as visitas, a ABHH busca intermediar diálogos com o poder público para atender demandas urgentes mapeadas em cada local.