Projeto da Pró-Sangue, Dandara propõe oferecer testes de genotipagem em pessoas com Doença Falciforme

Lançamento oficial do Projeto Dandara, da Pro-Sangue, que tem como foco a Doença Falciforme

Na manhã desta quinta-feira (06), a ABHH acompanhou o lançamento do Projeto Dandara, da Fundação Pró-Sangue, que tem como objetivo promover testes de genotipagem para pessoas com Anemia Falciforme, de forma a reduzir a produção de anticorpos nessas pessoas e promover conhecimento sobre a Anemia Falciforme, com eventos sobre o tema que serão produzidos para esse público.

O evento de lançamento, que aconteceu na unidade da Pró-Sangue do Hospital das Clínicas, em São Paulo, começou com as boas-vindas do diretor-presidente da Fundação, Prof. Dr. Vanderson Rocha, que enalteceu a importância de projetos como este para a saúde de pacientes com doença falciforme.

Em seguida, o diretor técnico-científico, Dr. Alfredo Mendrone Júnior, integrante do Comitê de Hemoterapia da ABHH, destacou a importância do trabalho realizado pela Fundação Pró-Sangue, responsável por atender inúmeros hospitais em São Paulo. “De acordo com o Ministério da Saúde, há entre 60 mil e 100 mil pacientes com doença falciforme no Brasil. No Estado de São Paulo, estima-se que seja de seis mil a oito mil pacientes e, na cidade de São Paulo, são aproximadamente dois mil. E serão estas duas mil pessoas que o Projeto Dandara atenderá neste início de trabalho”, comentou.

De acordo com a diretora de relações externas da Fundação Pró-Sangue e idealizadora do projeto, Dra. Carla Luana Dinardo, também do Comitê da ABHH, o Dandara é o começo da realização de um sonho, pois trará informação e dará voz à população com doença falciforme. “Apresentá-lo me deixa com lágrimas nos olhos, pois ele transmite todo o carinho que nós temos com estes pacientes”, disse. “Só tenho a agradecer ao professor Vanderson e ao Dr. Alfredo por permitirem e incentivarem projetos como este, além, claro, de todas as pessoas e parceiros envolvidos direta e indiretamente que foram fundamentais para o dia de hoje”, relatou.

Durante seu discurso, Dra. Carla também comentou que a doença falciforme tem como um dos tratamentos principais a doação de sangue e, felizmente, hoje, é uma doença tratável e curável, sendo que a transfusão de sangue de qualidade é fundamental para estes pacientes. No entanto, segundo ela, o atendimento com o cuidado que esta população merece, muitas vezes, fica longe do ideal.

“O Dandara chega para empoderar o paciente, dando a ele a informação correta do que ele deve receber quando passar pela transfusão. Ele tem de saber o que realmente precisa para poder questionar e ter onde reclamar, caso não seja atendido. E o Projeto dará todo este suporte necessário”, explicou ao ratificar que todo indivíduo com doença falciforme tem direito a uma transfusão segura, a uma equipe médica e a um hemocentro para acompanhá-lo. “O Projeto também tem a responsabilidade de mostrar às pessoas o quanto é importante a doação de sangue, para que mais pessoas passem a doar, principalmente os de sangue raro.”

Pilares Para alcançar todos os objetivos propostos, o Projeto atuará em três linhas de frente:

1. Na pesquisa baseada na genotipagem dos principais antígenos dos anticorpos eritrocitários de um grupo de indivíduos da Região Metropolitana de São Paulo;

2. Na comunicação, que atuará no desenvolvimento de formato acessível para o resultado da testagem, garantindo que os pacientes possam levá-lo aos especialistas da área e às instituições transfusionais que tratam diretamente com o público-alvo do Projeto;

3. Na promoção do conhecimento e informações aos beneficiários e público em geral, sobre a Anemia Falciforme, aloimunização de pacientes falciformes, sinais e sintomas da reação da transfusão do sangue, entre outros assuntos de interesse.

Falando em informação, o Projeto Dandara criou uma cartilha explicativa que será distribuída aos pacientes, com uma linguagem clara, simples e objetiva. Outra novidade é a criação do Cartão FENOTCARD, que será apresentado nos hospitais quando o paciente estiver sendo atendido. Nele, haverá dados como o tipo de transfusão que ele precisa receber.

O evento também contou com diferentes debates, como os cuidados no preparo do sangue; o que acontece se eu receber um sangue incompatível?; e rodada de perguntas aos especialistas.